Quero ir por onde ninguém possa ir, quero ir embora, estou cansada de estar aqui. Exausta até mesmo dos desafetos com os que, um dia, foram adorados fetos, e também da coca-cola que não quero na mesa comigo. Quero seguir sem ser seguido e sentir que valeu a pena minha história. Ser apenas eu. Ter apenas a mim. Talvez um barco, uns livros raros, um rádio, um notebook e um cachorro, quem sabe um bonito canto?
Estou presa, mas posso ir embora quando quiser. Quero morar em um barco na imensidão da Amazônia, longe, longe, feliz, longe e novo, longe e renovado, porque não adianta continuar aqui no mesmo chão que me dá os mesmos frutos. E no fim ainda ouço “você é possessa, doida, surtada”. Sempre alguém me diz isso e eu sangro mais e concordo. Só que eu nunca disse que sofrer não é legal. Não é, não é.Alguém me disse para celebrar a dor e eu vou tentar fazer isso, vou tentar chacoalhar a dor pra fora nos dias que haverão de vir, expulsar todo “o mal dos outros”
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