quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quero.

Quero ir por onde ninguém possa ir, quero ir embora, estou cansada de estar aqui. Exausta até mesmo dos desafetos com os que, um dia, foram adorados fetos, e também da coca-cola que não quero na mesa comigo. Quero seguir sem ser seguido e sentir que valeu a pena minha história. Ser apenas eu. Ter apenas a mim. Talvez um barco, uns livros raros, um rádio, um notebook e um cachorro, quem sabe um bonito canto?
Estou presa, mas posso ir embora quando quiser. Quero morar em um barco na imensidão da Amazônia, longe, longe, feliz, longe e novo, longe e renovado, porque não adianta continuar aqui no mesmo chão que me dá os mesmos frutos. E no fim ainda ouço “você é possessa, doida, surtada”. Sempre alguém me diz isso e eu sangro mais e concordo. Só que eu nunca disse que sofrer não é legal. Não é, não é.Alguém me disse para celebrar a dor e eu vou tentar fazer isso, vou tentar chacoalhar a dor pra fora nos dias que haverão de vir, expulsar todo “o mal dos outros”

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