domingo, 17 de julho de 2011

Uma carta de desamor.

Me desculpe por ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter escrito. Me desculpe por ter ligado. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por ter dito sim. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por ter gozado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos machucados que sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por querer entender seu silêncio. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por desejar alguma intensidade. Me desculpe por desejar. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe pelo atrevimento de supor que eu merecia o que de bom aconteceu. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe por eu ter gostado de mostrar meu corpo. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter escrito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu escrevi. Me desculpe por você ter me achado ousada demais. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter me achado bonita. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos erros de português da sua nova namorada. Me desculpe pela sua nova namorada achar margarida uma flor pobre. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por você torcer para o Palmeiras. Me desculpe se uma barata entrar na sua cozinha algum dia. Me desculpe pelos 130 km de congestionamento em São Paulo agora. Me desculpe por eu ter voz.
Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você, afinal, porcos não reconhecem pérolas.
                                                          (Stella Florence)






perdida em um mundo que não dá pra entrar.

Quantas mentiras você precisa contar a você mesma todos os dias pra se sentir bem?
De quantas maneiras você consegue fugir do que sempre esteve contigo?

Tudo já estava tão bem, eu nem pertencia mais a você. Você já tinha partido, e eu te deixei ir naquele dia. E eu me lembro da sua partida e das cicatrizes que ficaram, e eu me lembro de quanto te enterrei. E eu jurei ser pra sempre. Eu jurei que estava forte. Eu acreditei que nem pensava mais em você.Mas porque é então que você voltou? Qual foi o brinquedo que não te satisfez dessa vez? Qual foi o coração que você não conseguir quebrar? Qual foi a porta que o mundo te fechou agora?

Quantas vezes eu preciso me quebrar pra você se reerguer? Quantas vezes eu preciso deixar de ser eu, pra você conseguir ser alguém?
Eu não consigo mais dizer que está tudo bem. Estou perdida em um mundo que não dá pra entrar.

"O silêncio soa como um final, como se nunca fóssemos ter uma chance
Você tem que me fazer sentir como se não tivesse restado nada de mim?
Você pode levar tudo que eu tenho
Você pode quebrar tudo que eu sou
Como se eu fosse feita de vidro
Como se eu fosse feita de papel
Vá em frente e tente me derrubar
Eu vou levantar do chão
Como um arranha-céu
Como a fumaça se dissipa
Eu me desperto e desembaraço você de mim
Isso faria você se sentir melhor enquanto eu sangro?
Todas minhas janelas ainda estão quebradas
Mas eu ainda estou de pé
Vá corra, corra, corra
Eu vou ficar bem aqui
Vendo você desaparecer"


Eu preciso ser mais forte que você, PELO MENOS UMA VEZ.